July 12 - July 16, 2024
ARTESANTANDER (external link)
Palacio de Exposiciones y Congresos
Santander, ES
Rui Soares Costa © 2025 | All Rights Reserved
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RISING SERIES & NOT THERE SERIES (LIFELINE SERIES)
part of the project
Of the mystery, the remnant (external link)
curated by
Ana Matos
at
ARTESANTANDER 2024
with
Salgadeiras Contemporary Art (external link)
with:
Of the Mystery, the Remnant
The curatorial proposal "Of the Mystery, the Remnant," which we present for Arte Santander 2024, explores the interconnectedness between the works of Eva Díez (Vigo, 1982) and Rui Soares Costa (Lisbon, 1981), alongside the poetry of Manuel António Pina (1943-2012), the distinguished Portuguese writer and recipient of the Camões Prize in 2011. From his final collection, "Todas as Palavras," we draw inspiration from the poem "As coisas," highlighting the verse: "That loss is what is the thing."
We showcase two series by Eva Díez: “Bosque” and “Liminal.” In these works, the concepts of rupture and landscape intertwine, creating a palimpsest that characterizes her recent artistic practice. In “Bosque,” time is suspended in mystery, confronting us with the unknown and our mortality—a theme echoed in the writings of Manuel António Pina and reminiscent of Heidegger's philosophy. The “Liminal” series examines the idea of cracks within domestic spaces, recontextualizing their traces to acquire new meanings. This act of layering, where remnants accumulate and transform, morphs the formlessness of a place into a hypothetical or utopian landscape. As curator Sara Donoso aptly notes, “a proposal where the house and the mountain appear as the same hidden refuge.”
Rui Soares Costa presents the series “Rising” and “Not There,” which delve into the transformation of traces—a confluence of building and deconstructing, presence and absence. “Rising” reflects on climate change and the Anthropocene, focusing on drawings that capture the effects of water and the erosion of time, fragmenting and altering the surface itself. In “Not There,” parallel, continuous lines act as a seismograph, subtly and poetically revealing what is absent, an absence that paradoxically feels more present than presence itself.
These works invite us to contemplate possible allegories of loss and absence while fostering a deeper awareness of existence and the “thing” in its myriad symbols, fragments, and interpretations.
Ana Matos
July 2024
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Versão em Português
A proposta curatorial «Do mistério, o resquício» que apresentamos à Arte Santander 2024 assenta em uma relação entre obras de Eva Díez (Vigo, 1982) e Rui Soares Costa (Lisboa, 1981), e a poesia de Manuel António Pina [1943-2012], escritor português, distinguido com o Prémio Camões 2011. Do seu último livro «Todas as palavras» consta o poema «As coisas» do qual resgatamos para esta proposta o verso: «Essa perda é que é a coisa».
De Eva Díez apresentamos “Bosque” e “Liminal”, duas séries onde a ideia de fenda e de paisagem se cruzam e fundem, num palimpsesto que tem vindo a caracterizar a sua prática artística mais recente. Em “Bosque” há um tempo que se suspende pelo mistério, pelo desconhecido que nos confronta com a mortalidade, aquela onde o Homem habita, recuperando o pensamento de Heidegger tão presente na obra de Manuel António Pina. Na série “Liminal”, as fendas encontram-se na casa e o seu registo é colocado em outro contexto e suporte, adquirindo um novo signi-cado. Este raspar dos vestígios, sedimentando camadas sobre camadas, transforma a não-forma de um lugar numa hipotética ou utópica paisagem. Como refere a curadora Sara Donoso: "uma proposta onde a casa e a montanha -ngem ser um mesmo esconderijo.”
De Rui Soares Costa apresentamos as séries “Rising” e “not there” que exploram a ideia do devir do vestígio, um lugar e um tempo onde convergem os actos de construir e desconstruir, a ausência e a presença. De “Rising”, uma série na qual o artista re.ecte sobre as alterações climáticas e o Antropoceno, a escolha incidiu sobre desenhos que resultam da acção da água e da erosão do tempo que vão fragmentando e transformando a própria superfície. Em “not there”, linhas paralelas, contínuas, uma espécie de sismógrafo que, de forma subtil e poética, revelam o que não está, uma ausência que se revela mais presente que a presença.
Obras que nos remetem para (possíveis) alegorias da perda, da ausência, ao mesmo tempo que nos trazem a consciência da existência, da “coisa” nos seus múltiplos símbolos, fragmentos e interpretações.
Ana Matos
Julho 2024