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JAPANESE GARDENS (FOR MIYAZAKI) SERIES
part of the curated project LABYRINTH
by Ana Matos (Salgadeiras Contemporary Art)
at DRAWING ROOM LISBOA
with:
!!! Gallery Curatorial Project Award 2023 !!!
Labyrinth
”There will never be a door. You are inside | And the citadel encompasses the universe | And it has neither obverse nor reverse | Neither external wall nor secret center,” Borges said about his labyrinth, and which we invoke in this curatorial proposal, an idea of a path that is traversed without knowing where (and how) it ends, entangled as we are in a multiplicity of planes and lines. We are left with that thread of Ariadne that leaves its trail, which will eventually lead us to the exit of this labyrinth. Or not. Or perhaps we don’t even want to leave it, so the exercise can continue into eternity. “Labyrinth,” with recent and unpublished works by Rui Horta Pereira and Rui Soares Costa, also refers to Baroque literature and suggests a reading and interpretation without a predefined direction, in constant dialogue between these two artists.
Rui Horta Pereira, with the series “Alvo” (Target) and “Objectos para ludibriar o vazio” (Objects to Deceive Emptiness), invites the viewer to a play of light, shapes, and perception. Strips of paper define line and contour, deceiving the space with their spectrum of light that emanates from chromatic vibration and shadows. Paper and light bring Theseus out of the labyrinth.
Rui Soares Costa presents the series “Japanese Gardens (for Miyazaki)” which draws on Japanese culture
and its intrinsic respect for the Other (human and non-human), and Miyazaki as a cult of the sweetness
of imagination, in a constant dialogue with the non-humans. A thread of Ariadne that may allow us to find
the way out of the dense and dark labyrinth in which we find ourselves today, in this new Anthropocene.
Returning to Borges, “I leave to the various futures (not to all of them) my garden of forking paths”.
Ana Matos
Lisboa, October 2023
(versão em Português)
Labirinto
«No habrá nunca una puerta. Estás adentro | Y el alcázar abarca el universo | Y no tiene ni anverso ni reverso | Ni externo muro ni secreto centro», dizia Borges sobre o seu labirinto, e que invocamos nesta proposta curatorial, uma ideia de um caminho que se percorre sem saber onde (e como) termina, intrincados que estamos numa multiplicidade de planos e linhas. Resta-nos esse fio de Ariadne que vai deixando o seu rasto que nos levará, finalmente, à saída deste labirinto. Ou não. Ou talvez nem dele queiramos sair, pelo que o exercício pode continuar até à eternidade. «Labirinto», com obras recentes e inéditas de Rui Horta Pereira e Rui Soares Costa, remete-nos também para a literatura barroca e sugere uma leitura e interpretação sem uma direção à priori definida, num diálogo constante entre estes dois artistas.
Rui Horta Pereira com as séries «Alvo» e «Objectos para ludibriar o vazio» convoca o espectador a um jogo de luz, de formas e de perceção. Tiras de papel que definem linha e contorno, iludindo o espaço com o seu espectro de luz que provém da vibração cromática e de sombras. Papel e luz que trazem Teseu para fora do labirinto.
Rui Soares Costa apresenta a série «Japanese Gardens for Miyazaki» que tem como referentes a cultura japonesa e o seu intrínseco respeito pelo Outro (humano e não humano), e Miyazaki enquanto culto da doçura da imaginação, num diálogo sempre visceral com os não-humanos. Um novelo de Ariadne que nos poderá permitir encontrar a saída do denso e escuro labirinto onde nos encontramos hoje, neste novo Antropoceno.
Voltando a Borges, «Dejo a los varios porvenires (no a todos) mi jardín de senderos que se bifurcan».
Ana Matos
Lisboa, Outubro 2023
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Japanese gardens (for Miyazaki)
Nature offers an immeasurable source of inspiration and wisdom, revealing pathways for humanity to navigate the complex and shadowy labyrinth of our current Anthropocene. Its intrinsic ability to resolve challenges and devise innovative solutions provides valuable insights for our own journey.
From silkworms and spiders to ferns, lichens, and fungi, the myriad forms of life exemplify how non-human entities can illuminate our understanding of human dilemmas. The answers to some of the pressing challenges of the Anthropocene may lie in the ingenuity of these non-human solutions.
Gardens, as human-created spaces interwoven with non-human life, emerge as unique reservoirs of potential solutions.
Japan serves as a powerful reference point in this context, embodying respect for all beings—both human and non-human. Miyazaki, with its celebration of unbridled imagination, fosters a profound and visceral dialogue with the natural world, inviting us to embrace a more harmonious coexistence.
Rui Soares Costa
Baleal, Maio 2023
(Versão em Português)
Japanese gardens (for Miyazaki)
Há, na forma como a natureza faz, na forma como a natureza resolve, na forma como a natureza encontra soluções para problemas, uma incomensurável fonte de inspiração e conhecimento para a humanidade encontrar os caminhos que permitirão encontrar a saída do denso e escuro labirinto onde nos encontramos hoje, neste novo Antropoceno.
Sejam os bichos da seda, as aranhas, ou mesmo os fetos, líquenes ou fungos, a forma como a vida acontece é também exemplar na demonstração de como os não-humanos podem informar os problemas dos humanos. A saída para parte da problemática do Antropoceno pode ser mediada por soluções de não-humanos.
É assim que os jardins, enquanto estruturas de humanos populadas por não-humanos, podem ser singulares nesta condição de fonte de soluções.
Japão e Miyazaki enquanto dois referentes. Japão no respeito pelo outro, outro humano e não-humano. Miyazaki enquanto culto da doçura da imaginação sem espartilhos, num diálogo sempre visceral com os não-humanos.
Rui Soares Costa
Baleal, Maio 2023
October 25 - October 29, 2023
DRAWING ROOM
Sociedade Nacional de Belas Artes
Lisbon, PT
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