Rui Soares Costa © 2025 | All Rights Reserved
July 16 - July 20, 2022
ARTESANTANDER (external link)
Santander Congress and Exhibition Hall
Santander, ES
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PAPER SERIES (solo project)
part of the project
De profundos, valsa lenta (external link)
curated by
Ana Matos
at
ARTESANTANDER 2022
with
Salgadeiras Gallery (external link)
De profundis, slow waltz
Rui Soares Costa has been exploring a diverse range of mediums and tools in his artistic practice, profoundly influenced by drawing—not merely as a discipline, but more significantly, by the thoughts and reflections it engenders. Formally, this inquiry serves to expand the territory of drawing, challenging conventional categorizations of this artistic expression.
Additionally, time has emerged as a central theme in Rui Soares Costa’s artistic career. He investigates this abstract concept, scrutinizing and representing it through visual forms using various materials and techniques, including paper, wood, fire, sugar, varnish, pen, and burin. In his work titled "De Profundis, Slow Waltz," these two formal and thematic axes converge, layering matter, fire, paper, and resins in a rich dialogue.
Moreover, "De Profundis, Slow Waltz" alludes to the book of the same name by José Cardoso Pires (Portugal, 1925-1998), which chronicles a period in the author’s life marked by memory loss and a significant decline in his ability to speak. Cardoso Pires describes his experience of being “illiterate about myself and about life,” highlighting a quest for alternative signs and modes of communication as he grapples with a metaphorical “death.” It is within this realm, beyond conventional communication and into a space of non-consciousness, that Cardoso Pires’ literary universe intersects with Rui Soares Costa’s artistic vision, creating a rich tapestry of exploration into the nature of existence and expression.
Ana Matos
Lisbon, July 2022
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Versão em Português
De profundas, valsa lenta
Rui Soares Costa tem vindo a explorar múltiplos suportes e utensílios na sua prática artística, fortemente influenciada pelo Desenho não só enquanto disciplina, antes, e sobretudo, pelo que de pensamento e reflexão daí resultam. Do ponto de vista formal, é assumida essa pesquisa como uma expansão do território onde o Desenho se insere, interrogando-se sobre as próprias categorizações mais convencionais desta expressão artística. Por outro lado, o Tempo enquanto assunto e matéria tem sido uma das temáticas a que Rui Soares Costa mais tem desenvolvido no seu percurso artístico. Pelas suas mãos, o Tempo, essa entidade abstracta, tem vindo a ser perscrutado e representado em objectos visuais recorrendo a suportes múltiplos e a diferentes ferramentas, sejam eles papel, madeira, fogo, açúcar, verniz, caneta ou buril. Em «De profundis, valsa lenta» concentram-se estes dois eixos formais e programáticos com as suas sucessivas camadas de matéria, fogo, papel e resinas.
Porém «De profundis, valsa lenta» remete-nos ainda para o livro homónimo de José Cardoso Pires [Portugal, 1925-1998] onde este relata o período da sua vida em que perdeu a memória e a sua capacidade de falar ficou bastante debilitada. Estando “analfabeto de mim e da vida” é essa busca de outros signos, de outras formas de comunicar, de sobreviver a uma “morte” que Cardoso Pires aqui tenta testemunhar. É nesse outro- lugar para além da comunicação “stricto senso”, nessa não- consciência que, ainda assim, se tentar dotar de algum Cartesianismo que se cruza o universo literário de José Cardoso Pires e o universo artístico de Rui Soares Costa.
Ana Matos
Lisboa, Julho 2022