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Congratulations to Galeria das Salgadeiras on its new space, which is beautifully illuminated by sunlight on favorable days—bright and welcoming, ideally suited for exploring the concept of “connecting” the “disconnectedness,” as suggested in the possible English translation of the title. This space blends the visible and the invisible, or more accurately, the evident: the photographs taken in India, the recordings of papers submerged in resin that evoke paintings, the overhead corner light set at 2.5 meters, and, among the tangible elements, the tree trunk brought by the Tagus, presented to us at the same 2.5 meters level by Rui Soares Costa (b. 1981). Almost imperceptible fishing lines crisscross and define spaces that are often seen but not fully comprehended. These threads are the “strings”—or rather, the lines referenced in the title—endeavoring to trace a possible pathway beyond the visual, pondering the understanding of our world.
While English may pose a challenge for some—including myself—this language barrier can make communication difficult for everyone. If this exhibition were to occur outdoors on a morning like the one I’m experiencing now, with temperatures at minus one degree, it would undoubtedly unveil new layers, as frost renders the threads visible, shimmering in the sunlight, eventually transforming into water and slowly vanishing. Within the gallery, these threads invite an ongoing contemplation for viewers—asking them to look beyond the surface, to be not only attentive but also discerning and critical in the presence of the invisible, or rather, in the obscuration of the visible. It becomes a space for meditative reflection on the complexities of the world.
Everything coexists here—photographic images, wire-like lines, objects crafted from wood and metal, and paintings that disguise themselves as records. All of this navigates the delicate balance between a challenging success in the exhibition and potential missteps beyond its walls, in the broader context of our reality.
José Luís Porfírio
January 2024
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Versão em Português
Parabéns à Galeria das Salgadeiras pelo seu novo espaço invadido pela luz do sol em dias favoráveis, luminoso e acolhedor, bem propício para ligar o desligado, numa tradução possível do inglês do título. Espaço também em que o ligado e o desligado misturam o visível e o invisível, ou melhor, o evidente: as imagens fotografadas na Índia, ou o registo de papéis submersos em resina que se leem como outras tantas pinturas, ou a cantoneira luz emitida para cima a 2,50 m, ou, visível entre os visíveis, o tronco de árvorearrastado pelo Tejo que Rui Soares Costa (n. 1981) nos apresenta a igual altura; invisíveis quase os fios de pesca desenhando traçados e ocupando espaços que mais se advinham do que se veem. Estes fios são os tais "strings", perdão, as tais linhas mencionadas no título, que tentam traçar o sentido possível para um percurso para além do visual, de entendimento (do mundo?). Se o inglês pode ser uma dificuldade para alguns, nos quais me incluo delicadamente, a inviabilidade poderá ser uma dificuldade para todos. Se esta exposição funcionasse ao ar livre numa manhã como aquela em que estou escrevendo, com 1 grau negativo de temperatura, seria por certo reveladora, com os fios tornados visíveis pela geada, brilhando ao sol, transformando-se em água e desaparecendo lentamente. Porém, na galeria, os fios serão uma questão permanente para o olhar que o artista deve querer mais do que atento, desconfiado e crítico, perante a presença do invisível, ou melhor, a ocultação do visível, i.e., um lugar de meditação sobre o desconcerto do mundo. Tudo se passa entre imagens fotográficas, riscos que são fios, coisas de madeira e metal e pinturas disfarçadas de registos; tudo entre um difícil acerto na exposição e o desacerto fora dela, no mundo.
José Luís Porfírio
Janeiro 2024