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  7 - 31 January 2016

  National Museum of Natural History
​  and Science

 
Lisbon, PT


         
Opening
          
January 7
          
7 pm

          
Finissage
          
January 28
          
7 pm
          
release of exhibition catalog

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SWEET SERIES


         
original soundtrack by
          André Gonçalves
(
external link)



Sweet series gravitates around the concept of time and its relation with memory. If painting tends to be an atemporal discourse, immutable and imune to the idea of time, these pieces take time as a working tool. Instead of looking at memory as a container where elements are stored associated with a given moment in time, memory processes are generally reconstructive and context dependent. Memory can be seen not as a time container but as a set of processes that are built on time and that use time to take form. These paintings are a memory of a process, an open continuum. Time is incorporate to make temporal and mutable paintings. 

The Sweet series starting point are organic materials (wood and sugar) to which varnish is added to produce pieces that are living entities. These are paintings that evolve with the passage of time. Following a life cycle, paintings are born, they have a life and eventually they will die. The slow rhythm of the change makes the scale of the aging human. These evolving paintings are different today from what they were in the past, and what they will be in the future.

The work presented here derives from an equation with a predefined set of parameters. As in any attempt to produce an elegant equation, parsimony is a key element. Several of the parameters are kept constant so that one can observe the interaction with the others. Size and support are the same, plywood on a wooden frame with 200 X 140 X 5 cm. The materials are always, and only, sugar and varnish. The parameter “type of varnish” is kept constant with the use of maritime varnish (with the exception of a piece in which two types of varnish are used). Variation takes place with the parameters “sugar quantity”, “sugar type” and “varnish quantity”, controlling the saturation of varnish in which the sugar is embedded.

The Sweet series have an original soundtrack by André Gonçalves. Making use of his Musica Eterna, André creates an immersive organic atmosphere to go along with the experience of the ever changing paintings. Musica Eterna is made so that it never repeats itself. It uses a set of pre-determined elements that are compiled by a software to create an endless and always different soundtrack. Each moment is absolutely ephemeral. The paintings will evolve, the soundtrack will follow the metamorphoses. And will keep playing for eternity.

The combination of the Sweet paintings with Musica Eterna will transport us to organic and ethereal abstract landscapes.


Rui Soares Costa

Lisbon, January 2016



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Versão em Português


O conceito em torno do qual gravita a Sweet series é o tempo e a sua relação com a memória. Se a Pintura tende a ser intemporal, imutável, impermeável à noção de tempo, estas peças apropriam-se do tempo enquanto ferramenta de trabalho. No lugar de uma Memória-contentor, lugar onde se armazenam elementos associados a um dado momento, temos uma Memória essencialmente reconstrutiva, dependente do contexto. Memória que não armazena tempo mas que vive no tempo em que acontece e com o tempo onde se constrói. Estas peças são assim a memória de um processo, de um contínuo que permanece em aberto. Incorporam anarrativa temporal para fazer pinturas temporais, mutáveis.

O ponto de partida da Sweet series são materiais orgânicos (madeira e açúcar) a que se juntam vernizes. O resultado são pinturas vivas que evoluem com o passar do tempo. Embora lento, este processo obedece a um ciclo de vida. As pinturas nascem, crescem e eventualmente morrem. A mudança é lenta, pelo que a escala deste envelhecimento é humana. O resultado são pinturas evolutivas, diferentes hoje do que foram no passado e do que serão no futuro.

Este conjunto de trabalhos resulta de uma equação com um conjunto pré definido de parâmetros. Como em qualquer tentativa de chegar a uma equação elegante, é fundamental que haja parcimónia. Vários parâmetros são mantidos constantes para que se possa observar a interação dos restantes. A dimensão e o suporte das peças são mantidos constantes - contraplacado sobre estrutura de madeira, 200 X 140 X 5 cm. Os materiais utilizados são açúcares e vernizes. O parâmetro “tipo verniz” é mantido constante com a utilização de verniz marítimo (com exceção de uma peça onde são utilizados dois tipos de vernizes). As variações decorrem,portanto, essencialmente do parâmetro “quantidade açúcar” e do parâmetro “tipo açúcar”, bem como do parâmetro “quantidade verniz” que controla o nível de saturação do verniz sobre os açúcares.

As pinturas desta Sweet series são acompanhadas por uma banda sonora original de André Gonçalves. Fazendo uso da sua Musica Eterna, André Gonçalves cria um ambiente orgânico imersivo para acompanhar as pinturas em mutação. A Musica Eterna é concebida de forma a nunca se repetir. Usa um conjunto pré determinado de elementos que são compilados por um software para criar uma banda sonora infinita, sempre diferente. Cada momento é absolutamente efémero. As pinturas evoluem, a banda sonora acompanha essa metamorfose. E continuará a tocar pela eternidade.

A combinação das pinturas desta Sweet series com a Musica Eterna transporta- nos para paisagens abstratas, orgânicas e etéreas.


​Rui Soares Costa

Lisboa, Janeiro 2016